As Mudanças na Docencia
As alterações no meio familiar, nos contextos de trabalho, nos organismos oficiais, no acesso à informação e nos modos de comunicar, modificaram as relações interpessoais e as atitudes dos que aprendem, o que vem exigir mudanças na pedagogia.
Aquilo a que se assiste não pode deixar de gerar insegurança nos docentes que foram preparados para, num contexto de estabilização, utilizarem um determinado modelo.
Como se isto não bastasse defrontam-se com exigências de diversa ordem que por vezes se contradizem, e que tornam difícil a definição do caminho a seguir, tanto mais que são cada vez mais díspares as respostas dos diferentes intervenientes, estado, sindicatos, e, por exemplo, associações de pais, sobre o modo como encaram a educação.
Contudo, uma coisa não parece ser discutível: Ao docente exige-se que seja competente em termos profissionais e pedagógicos. Quer se queira quer não, o discente, em maior ou menor grau, acaba por se submeter àquilo que ele lhe diz para fazer.
A sua influência afirma-se quando emite as suas opiniões, dirige as atividades quando critica o comportamento de alunos ou formandos, ou quando encoraja a participação. Ele tem a possibilidade de intervir de modo aberto, fechado, episódico ou neutro. Através da sua postura pode ainda aparentar surpresa e despertar expetativas, interesse ou deceção.
A maneira de gerir o silêncio pode inspirar diversas interpretações, como facilitar a reflexão, provocar a atenção, solicitar reações ou introduzir períodos de acalmia ou de rutura.
Tudo isto requer que o formador, ou o professor, para além de serem excelentes profissionais, tenham consciência da importância que o seu comportamento exerce e o utilizem de maneira que vá de encontro às necessidades que os participantes têm de aprender a resolver os seus próprios problemas.
Mas há outro aspeto que não pode ser ignorado pelos profissionais que se dedicam ao ensino ou à formação, tanto mais que ele irá trazer a maior de todas as revoluções alguma vez verificadas: O e-learning vai ter um impacto na vida de professores e formadores que muitos ainda parecem não se ter dado conta. As novas tecnologias estão a revelar que os que aprendem demonstram mais competências na área dos saberes digitais do que alguns docentes. Se estes não se atualizarem constantemente, poderão sofrer uma erosão difícil de reparar.